No dia 15 de outubro é comemorado o Dia Internacional da Mulher Rural.
BELO HORIZONTE (15/10/24) - A Emater-MG realizou nesta quarta-feira (dia 15), Dia Internacional da Mulher Rural, o webinar "Desafios e oportunidades da ater para mulheres rurais - Emater-MG". A proposta do debate online é elevar a consciência da população sobre o importância da mulher do campo e reforçar a luta pela valorização feminina na agricultura familiar de Minas Gerais.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres constituem 40% da mão de obra agrícola nos países em desenvolvimento, mas menos de 20% dos proprietários de terras são mulheres. Elas enfrentam mais entraves do que os homens no acesso a serviços financeiros, à proteção social e os seus salários são em média 40% mais baixos que os dos homens. Segundo a ONU, em todo o mundo, com poucas exceções, todos os indicadores de gênero e de desenvolvimento mostram que as mulheres rurais têm uma situação pior do que os homens rurais e as mulheres urbanas, e que enfrentam desproporcionalmente a pobreza, a exclusão e os efeitos das alterações climáticas. Muitas delas vivem em áreas em que o acesso a serviços de saúde, água e ensino é escasso.
Dupla jornada
As atividades de produção, processamento e venda de produtos agrícolas se somam aos afazeres domésticos e cuidados com a família e comunidade, quase sempre sem qualquer tipo de remuneração. E mesmo desempenhando um importante papel dentro das comunidades, geralmente elas têm reduzida participação nos processos de tomada de decisão. O diretor presidente da Emater-MG, Otávio Maia, reconhece que há ainda muito a se avançar nessa questão de igualdade de gêneros, mas acredita que houve melhoras. "Nós vemos cada vez, as mulheres buscando assumir o protagonismo. Às mulheres costumam ser muito criteriosas e, atualmente, vemos a mulher se destacando em vários setores, inclusive na agricultura", lembrou Otávio no debate. Para a pesquisadora Alessandra Maria da Silva, da Universidade Federal do Cariri, o serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater) tem um papel relevante a ser feito para a valorização da mulher rural no país. No webinar, a professora fez um resgate histórico do serviço de Ater no Brasil, mostrando que, antigamente, as equipes de profissionais de extensão rural costumavam ser compostas por um homem e uma mulher. "Com os homens, o técnico tratava as questões produtivas da propriedade. Já a extensionista abordava com as mulheres assuntos do cuidado do lar. Nas últimas décadas, esse pensamento vem mudando, mas ainda se trabalha muito com as mulheres questões ligadas à culinária e o artesanato, que também são importantes, mas apenas uma parte da vida no campo. Precisamos ampliar essa atuação para contribuir de fato no empoderamento das mulheres rurais", recomenda a pesquisadora.
Experiência de sucesso
A produtora rural Marcionília Ramos, de São Sebastião do Anta (Vale do Rio Doce), conta que estimulada pela equipe da Emater-MG começou a produzir cafés especiais. "Com o apoio da Emater-MG, comecei a me interessar pelo cultivo de café de qualidade, que tem um preço melhor. Muitas pessoas foram contra, mas com bastante esforço o negócio prosperou. Graças ao incentivo dos profissionais da Emater, eu posso dizer que me reencontrei. Hoje, sou uma mulher cheia de desafios e acreditando em oportunidades de novos empreendimentos", conta a cafeicultora. Durante o webinar, as extensionistas da Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) Dulce Cenci e Fabia Tonini, fizeram um relato do trabalho de Ater feito com as mulheres rurais, em Santa Catarina. O webinar "Desafios e oportunidades da ater para mulheres rurais" - Emater-MG" pode ser assistido no canal da Emater-MG no Youtube (link).
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Fotos: Divulgação Emater-MG
Publicado em: 15/10/2024
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Publicado em: 15/10/2024
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